BOLETIM INFORMATIVO E MALA DIRETA
REFLEXÃO INTERIOR PARA UMA VIDA MELHOR.
O EMPRESÁRIO (O Rei) E O MUNDO DOS NEGÓCIOS
O FALCÃO E O POMBO
Havia um rei muito justo. Dizia-se mesmo que era o rei mais justo da terra. Um dia, um pombo veio abater-se sobre sua coxa, pedindo-lhe proteção. O rei garantiu-lhe que a teria.
No mesmo instante, um falcão magro pousou em um galho vizinho e disse ao rei:
-Esse pombo me pertence. Entregue-o para mim.
-Não - disse o rei.
Observou-lhe o falcão:
-Todos os justos da terra dizem que és o único a merecer o nome de justo. Então, por que te opões à justiça? Esse pombo deve acalmar as angústias da minha fome. Entrega-o para mim.
O rei baixou o olhar para o pombo, que parecia apavorado, e disse ao falcão:
-Vê como treme. Ele me confiou sua existência, não posso abandona-lo.
-É pelo alimento que tudo subsiste – declarou o falcão.
-Sem alimento não há vida. Desde a origem dos tempos e pela sucessão regular das coisas, esse pombo estava destinado a ser meu alimento, hoje. Entrego-o para mim.
-Minha palavra – disse o rei – é mais forte que o destino.
-MAIS FORTE QUE O DARMA? (1) Questionou o falcão.
-Certamente – respondeu o rei.
O falcão pareceu enfraquecido: -Sem alimento – disse – deixarei de viver. Comigo perecerão minha esposa e meu filho: várias vidas por uma única vida. Eu ti digo que a virtude que destrói a virtude é uma falsa virtude; uma virtude cruel. A verdadeira virtude sobrepõe-se necessariamente às contradições. Pesa os prós e os contras e decide pelo que é justo. Uma virtude que não decide não é virtude.
O rei, que ouvia com atenção o que o pássaro dizia, respondeu:
-O que dizes está cheio de sentido. Porém, como podes achar uma boa ação o abandono de um ser vivo, que precisa de ajuda? Podes comer outra coisa, um touro, um javali, uma gazela!
Respondeu o falcão:
-Os falcões não comem javalis. Os falcões comem pombos. È uma lei eterna; é o dharma (1) dos falcões.
-Dou-te o que quiseres ! – gritou o rei. -Mando trazer-te um boi inteiro! Dou-te todo o meu rebanho, todo o meu reino! Mas, não te dou este pombo.
Depois de refletir, disse o falcão:
-Só aceitarei uma coisa.
-Diz-me.
-Se tens tanto amor por esse pombo, corta um pedaço da carne da tua coxa direita, do mesmo peso desse pássaro, e dá para mim.
-Tragam-me uma balança! – ordenou o rei.
Trouxeram uma balança. O trêmulo pombo foi colocado sobre um dos pratos. O rei pegou uma lâmina afiada, cortou um pedaço de sua carne e colocou-o no outro prato da balança.
Porém, o peso do pássaro ultrapassava o da carne. O rei cortou outro pedaço de coxa e o jogou na balança, que não se mexeu. Cortou mais um pedaço e outro ainda. Mas, o pombo era SEMPRE MAIS PESADO QUE SUA CARNE.
O rei cortou a outra coxa. Cortou os braços, o peito; cortou toda a sua carne. Ao fim, era apenas um esqueleto sangrento, mas subiu ele próprio no prato. E a balança continuou imóvel.
O corpo do pombo era SEMPRE MAIS PESADO que o rei.
Então, o falcão falou:
O POMBO E EU VIEMOS AQUI PARA CONHECER-TE. A TI, QUE DIZEM SER O MAIS JUSTO DOS HOMENS.
E os dois pássaros levantaram vôo JUNTOS e se foram.
Do livro, O Mahabharata
(1) Hinduísmo: dharma :Conceitos Sintético. A palavra Dharma, quando iniciado por letra maiúscula, simplesmente quer dizer "os ensinamentos". O segundo significado é normalmente associado com o uso em letras minúsculas, dharma, usado para designar "a forma como as coisas são".
O dharma é infinito (é o som de Deus), ultrapassa os mundos material e espiritual e poderia ser pensado como um senso mental segundo os ensinamentos Védicos.
A palavra dharma poderia ser bem usada para dizer "um bom senso" enquanto a palavra adharma poderia significar "um mau senso". O dharma é a verdade universal permanente, incluindo as leis da natureza e a natureza das leis de Deus.
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